Depois de um breve devaneio, de tal modo dramático que envolveu uma discordância pública com o putoF a propósito da “aderência” à luta dos descamisados (nas doutas palavras e análises do BaptistadaOrdem), Mr. G retomou hoje o caminho da “normalidade libertária” em regresso ao ideal jacobino da liberdade para os possidónios e serviços mínimos para quem ficar para trás.
O nosso homem tem andado a dedicar-se a leituras e tertúlias com fidalgosdoFLE, patrocinados por gente importante do socialismonagaveta, dirigidos por um sociólogo que já não tem mais bandas para virar à casaca e financiados por um mecenas que explora até ao tutano os empregados e depois lhes dá formação sobre como gerir os ordenados de miséria para passarem menos fome.
De tão robustas leituras e debates teria que sair qualquer coisa para servir os patronos e, ao mesmo tempo, dar a impressão aos basbaques que Mr. G teria descoberto a quadratura do círculo, inventado a roda, ou, no mínimo, refutado as leis da física quântica, aplicando ao sistema educativo um novo conceito de darwinismo social que levará as novas gerações de portugueses rumo ao futuro e ao conhecimento definitivo da natureza humana.
Foi assim que nasceu a teoria G da liberdade de escolha da escola, uma teoria salpicada de conceitos híbridos que se destinam a evitar a redução da liberdade de escolha a uma única dimensão, a evitar o isolamento da educação do contexto social, económico e cultural em que ela ocorre e a evitar a ignorância sobre o trajecto de cada sistema educativo.
Como se pode perceber, Mr. G não mediu esforços e dedicou-se de alma e coração a encontrar a solução milagrosa e milagreira para agradar a gregos e troianos, convencendo os incréus que a liberdade de escolha, assegurada pelo financiamento dos alunos através de cheques-ensino (não se sabe se carecas, se de borracha, ou outra qualquer modalidade), constitui o alfa e o ómega do futuro educativo português.
Com a teoria G da liberdade de escolha a felicidade ficará garantida e Portugal voltará a dar novos mundos ao mundo.
… excepto se…
logo no primeiro pressuposto da teoria, que preconiza que se faça a “Determinação das necessidades efectivas em matéria de rede escolar e estabilização da oferta pública com base em critérios técnicos claros e não vulneráveis aos humores políticos do momento“, não estiver contida a própria negação do conceito de liberdade de escolha, por impedir a priori a existência de oferta(s) diversificada(s) e plural(is).
É que, com uma rede que cumpra rigorosamente e sem desperdícios e ineficácias as necessidades efectivas, não se percebe como se promove a mobilidade de alunos de escola para escola, a menos que haja alunos e famílias que, como os porcos de “Animal Farm” sejam considerados mais iguais que outros e possam escolher antes dos descamisados.